Gestão

Antivírus gratuitos podem ocultar riscos


‘‘Utilizar antivírus gratuito em uma rede corporativa pode dar ao administrador uma sensação de segurança a custo zero. Porém, tem um efeito exatamente oposto: o que se tem na verdade é um software incompleto, sem suporte, com grande risco de ficar desatualizado’’, adverte Carlos Augusto Cruz. Ele destaca que os fabricantes de antivírus gratuitos mais usados no Brasil deixam claro que suas versões ‘free’ não possuem qualquer tipo de suporte. ‘‘Esse detalhe, que pode ser irrelevante para um usuário doméstico, passa a ser crucial em uma empresa numa eventual infecção generalizada dos computadores’’, diz Cruz.

O especialista explica que o uso de antivírus gratuito em uma empresa que possui link de internet banda larga com endereço IP fixo pode acabar deixando-a sem as atualizações necessárias ao programa. Segundo ele, o fabricante tem condições técnicas de identificar o grande volume de solicitações de atualização que partem diariamente de um mesmo endereço IP, podendo facilmente bloqueá-lo. Isso pode acontecer porque os fabricantes de antivírus deixam claro no contrato de licença de seus produtos que suas versões gratuitas de antivírus são voltadas exclusivamente para uso pessoal e doméstico. ‘‘O administrador que permitir a instalação de antivírus gratuito nos computadores de sua empresa está incorrendo em pirataria e pode responder judicialmente por isso’’, avisa Cruz.

O técnico em manutenção de computadores Marcondes Menezes Barbosa Júnior concorda que as versões gratuitas atendem somente ao usuário doméstico. No entanto, Marcondes Júnior recomenda o software livre Clamwin (www.clamwin.com). Gratuito, este antivírus de código aberto oferece atualizações diárias e tem recursos interessante, como o envio de e-mail ao usuário avisando-o sobre algum risco encontrado em seu sistema. Sua única desvantagem, segundo o técnico, é a ausência do recurso de proteção residente — recurso que fica ativo para identificar ameaças em tempo real.