É do Brasil, por exemplo, a responsabilidade por preparar equipes de resposta a incidentes de rede em toda a América Latina. Essa troca se dá através do Comitê Interamericano contra o Terrorismo, da Organização dos Estados Americanos (OEA).
"Na América Latina há um projeto que é do governo brasileiro, até para ajudar a nossa vida. Começamos o processo há três anos junto com a OEA. E, agora, estamos treinando os países vizinhos para lidar com as situações de riscos na web. E quando falo vizinhos, é do México para baixo", conta o diretor do DSIC, Raphael Mandarino Jr.
Segundo ele, os Estados Unidos e o Canadá também colaboram no esforço de preparação de equipes, mas a principal tarefa é mesmo brasileira. "Ensinamos as pessoas como montar equipes de resposta a incidentes de rede; qual o software a ser utilizado; quais medidas devem ser tomadas pró-ativamente e de reação às tentativas de invasões", relata o diretor do DSIC. "Os Estados Unidos e o Canadá também ajudam, mas há uma certa resistência ao treinamento norte-americano", confessa Mandarino.
Ele mesmo questiona o limite da atuação nacional em incidentes de rede. Afinal, lembra Mandarino, quais são as fronteiras do espaço cibernético brasileiro? "É o cabo quando entra no Brasil? Está na máquina de uma empresa brasileira lá fora? No satélite? Onde está a fronteira? A máquina na embaixada brasileira no Japão é da estrutura brasileira ou do Japão? Essa prática não está clara", observa o diretor do Departamento de Segurança da Informação e Comunicações (DSIC).